domingo, 22 de setembro de 2013

Case Activia Danone


A história desse alimento funcional começa na década de 80, quando pesquisadores e cientistas da Danone deram início ao trabalho que levaria à sua criação, num início da tendência dos alimentos funcionais na Europa. Nessa linha, desenvolveram um iogurte, que, além de cálcio, proteína, e as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilos, encontradas em iogurtes tradicionais, trazia na sua formulação o DanRegularis (nome para o probiótico Bífidobacterium animalis DN173010), um bacilo que melhorava a velocidade do trânsito intestinal em até 40% se consumido diariamente. Comprovado cientificamente por 17 estudos,o DanRegularis era capaz de sobreviver ao processo digestivo e chegar vivo grande escala ao intestino para ajudar a regular seu funcionamento.


No Brasil, a Danone vinha de vários anos de prejuízos em 2003/04 e o segmento de iogurtes vinha em declínio e tinha pouquíssimo valor agregado, além de poucas variações. Se não houvesse uma guinada, iriam fechar a operação brasileira.



Identificaram o problema do intestino preguiçoso, que atinge 2/3 das mulheres brasileiras, afetando seu humor, seu trabalho, dando muito impacto negativo na vida delas. A partir dessa visão, trataram esse desafio não como problemaxsolução e sim como uma causa social.

Com isso, o Activia foi lançado no Brasil em 2004, com um filme publicitário que não funcionou, por não gerar identificação com o público alvo. Daí optaram por papo de amigas, horizontal e sincero, com consumidoras reais, sem tabus.

Em 2006 foi pioneira em money back. Quinze dias com Activia sem melhorar o intestino, dinheiro de volta. Também inovou em usar celebridades próximas à vida real, crível.

Transformou um problema em uma causa social + ciência robusta+credibilidade+artista+demo.

Mudou como as pessoas enxergavam iogurtes e também como enxergavam os problemas intestinais. Em 2010 Activia é o 3º produto mais utilizado para transito lento, atrás de legumes e frutas apenas e superando em muito os laxantes.

Hoje, no Brasil, 37 potinhos de Activia são consumidos por segundo e representam 30% do faturamento atual da Danone.

Demorou um ano para começar a dar os resultados e consumiu 80% da verba de marketing por alguns anos.

Proatividade de mercado


Professores Leonardo Araujo/Rogério Gava

Como uma empresa se comunica com o mercado? Captar sinais pela empresa. podem ser mais fracos ou mais fortes. As vezes as coisas estão acontecendo e não nos damos conta.

É uma escolha da empresa, se quer se antecipar ou reagir às mudanças. Escolha estratégica X determinismo ambiental. Antecipação é uma nova forma de competir. A Apple é bastante proativa, mas é reativa também ao lançar o iPad Mini e o iPhone de plástico.

Ao agir de forma reativa, nos restringimos a astratégias de ajuste e defesa+inovações incrementais. Já ao agir de forma proativa, buscamos estratégias de crescimento rentável+inovações disruptivas.

Muito se fala das inovações disruptivas, mas as inovações incrementais são ótimas para criar cultura de inovação na empresa.

Que capacidades uma empresa precisa para ser proativa? Proatividade não se decreta. É preciso desenvolver capacidades. Não existem empresas proativas, sem pessoas proativas.

Gestão do comportamento proativo - proatividade no âmbito pessoal. O lider proativo é aquele que deixa os outros serem proativos e se antecipar à mudança. Principais características de um líder proativo - Carisma, estimulador, inspirador e reconhece. Todos temos momentos de inação, reação, proação. Abaixo seguem os modelos em que as pessoas permanecem a maior parte do tempo:

  • Inativos - orientados para a tarefa e restritos ao prescrito.
  • Reativo - orientado para a tarefa, mas com alguma iniciativa.
  • Ativo - Faz sem pedir. Já está no campo da inovação.
  • Proativo - antecipa.

O sonho dos CEO é "frear" seus executivos. Estão cansados de empurrar pessoas.

Há quatro tipos de perguntas, face aos desafios ou ao mercado:
  • O queremos que aconteça? (pessoas ativadoras)
  • O que vai acontecer? (pessoas atentas)
  • O que está acontecendo? (pessoas ajustadas)
  • O que aconteceu? (pessoas aflitas)



Gestão da incerteza (risco e erro) - Case Sony - Relutou em entrar no mercado de MP3 por medo de pirataria das musicas de sua gravadora (Walkman foi  o aparelho portátil mais vendido na historia, com 350 milhões de unidades). (O iTunes apostou que as pessoas pagariam pelas músicas, numa época de pirataria. E deu certo) Superemos a falácia da segurança. Deixe de defender os seus mercados.

Somos educados para ter pavor de erros. Como fazer diferente nas empresas? Não estamos falando de erros operacionais. Esse não pode acontecer. Os "erros novos" são queridos, desde que na busca de inovação.

Como aprender com os erros? "Todos os cogumelos são comestíveis. Alguns uma vez só" (Cortella). Devemos eliminar a fronteira entre sucesso e fracasso. Pratiquemos a liberdade de errar. Pelas pesquisas dos professores, em geral as empresas lidam mal com os erros, apesar de dizerem que lidam bem. Já errou  mesmo, apreenda!!

Gestão da inovação proativa - Para ser inovação proativa, deve ser radical, de ruptura. É difícil de ser feita e não pode ser feita todos os dias. Para fazer inovação proativa, não subordine a inovação ao mercado. Escute e observe diferente. Educar o mercado é influenciá-lo/observá-lo/aprimorar a inovação. Empresas proativas estão próximas do mercado.

Canibalismo proativo (descontinuar seu próprio produto em função de um novo. Exemplos Apple, HP, Intel e Gillette). Dilema controleXconcessão - Há sempre um jogo entre controle e concessão. Gerenciamento austeroxflexívelxpermissivo.



Gestão do futuro-hoje - Falar de futuro parece filosófico, mas não é. Capacidade da empresa de enxergar realidades que ainda não aconteceram. Achar as peças certas pra montar o quebra cabeças do futuro. Sinal forte nos mercados é obrigação ver. todo mundo vê. Quando começamos a girar o radar, começam as dificuldades. Sinais fracos são tendências tênues, que podem vir por boatos, comentários. Pode se dar na oferta, preferência de clientes, etc.

Processo de construção de imagens. 4 cenários estão de bom tamanho, a partir de 2 incertezas críticas. Faça escolhas para se preparar. Infelizmente, a maioria das empresas foca no curto prazo. Há que se criar a cultura do longo prazo, com indicadores e incentivos de longo prazo.

Construção da estratégia proativa. Modelo DNA - Dimensões, níveis e ações:
  • Dimensões - oferta (produtos), indústria, cliente
  • Níveis - padrão ou complementar (oferta), dinâmica de competição ou marco regulador (indústria) e preferências ou necessidades (clientes).
  • Mercados maduros brigam por preferências. Imaturos brigam por necessidades.
  • Ações - gerar e modificar.

Perguntas estratégicas para uma empresa conseguir construir um pensamento proativo:
  • O que aconteceu em nosso mercado?
  • O que fiz que não faria?
  • O que está acontecendo em nosso mercado?
  • O que vai acontecer em nosso mercado?
  • O que pode acontecer no nosso mercado?

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cultura de inovação


Professor Reinaldo Lucas

O valor mais básico pelo qual as pessoas lutam é a sobrevivência. Não há errado nas culturas. Em função das crenças iniciais vem as normas e valores da instituição. Se tem algum valor e não pratica, não é valor. E se tem o valor da inovação e não permite erros, não há inovação.

No Brasil impera a cultura da ação e não da reflexão. Como inovar sem refletir? Temos que mudar da cultura da ação para a cultura da reflexão. Outro ponto importante: Sem enxergar os valores das pessoas, não há como entender o outro, nem trabalhar com ele.

Há 3 certezas na vida - mudanças, escolhas e morte. Contradizendo isso, sempre apostamos na continuidade. Inovação não é moda. Ou inova ou "morre". Case Nokia - 4 anos atrás era primeiro produtor de celulares do mundo. Hoje é a sétima. Só em 4 anos. Tudo isso porque não inovou.

Ver Zygmunt Bauman - Sociedade líquida, amor líquido e vida líquida. A velocidade de mudanças na sociedade é tão rápida que não consegue se solidificar. Ver entrevista desse autor AQUI.

Brasil até década de 90 - mais produção precisa de mais mão de obra. Praticamente usando uma regra de 3.

2000 a 2005 - Mais produção com menos mão de obra. Desafio era fazer o dobro com metade dos recursos. O Itaú em 1990 tinha 96 mil funcionários. Hoje tem 100 mil e é 19 vezes maior. Esse movimento foi fácil pela baixa competitividade do país, muita gordura, pouca abertura.

De 2005 pra frente é necessário mais produção com mais cabeças. O Brasil ainda usa a expressão mão de obra. O resto mundo usa head count.

A estratégia tem que estar clara. Ao dizer "vamos" e todo mundo vai para o mesmo caminho, a estratégia está clara.

Estratégia (Cria o modelo de negócio) - Gestão econômica financeira (lucro e competitividade) - tecnologia e processos (estado da arte)- pessoas preparadas e dispostas (vinculo) - liderança (cultura da organização).

Pessoas preparadas e não dispostas é horrível.  Gente disposta e não preparada não cria espírito critico. Conhecimento mais habilidade multiplicado pela atitude é igual o resultado. Zero de atitude arruína o conhecimento e a habilidade.

Melhorar é diferente de inovar. Cuidado com a punição pela recompensa. Metas tem que existir, mas parcialmente pelo básico (melhorias) e parcialmente vinculadas aos grandes desafios. O mais correto é tratar com base na justiça e não na igualdade. Os de alta performance querem a justiça. Os de baixa querem a igualdade. A liderança tem um papel fundamental pois enfrenta dilemas. Valorizar equipes ou indivíduos? Punir ou aprender com o erro? Erro é diferente de negligência. Negligência deve ser punida. Confio ou controlo(não confiança leva a controle)? Valorizo pensar ou agir? Ênfase no como ou no que? Diferentes gerações. Adoção de tecnologias.

A inovação só virá quando criarmos uma cultura que consiga fazer com que as pessoas entendam seus reais propósitos.



Este vídeo é o resultado de diversos estudos realizados pela Box1824, uma empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento e consumo.É um projeto sem fins lucrativos ou comerciais.

Gerenciar se relaciona a coisas (materiais, equipamentos, prazos, logística). Gente é liderada. E a organização baseada em valores, nas seguintes dimensões:

Deve-se buscar essas dimensões uma a uma e não pular.

  • Física - "pretinho básico". produzir resultados desejados, estabelecidos na estratégia.
  • Emocional - parte de vc não muda pela empresa (8 a 10). Parte enorme se condiciona à empresa (em seis meses está integrado)(1 a 6). De 6 a 8 está a alta performance. As pessoas só dão esse alto desempenho se elas querem. Como criar esse ambiente para produzir mais? No ambiente emocional as pessoas percebem uma relação de confiança, relacionamento, empatia, justiça, humor, reconhecimento.
  • Mental - Ser criativa e inovar. Existe abertura e feedback, interno e externo, visando aprendizado e construção de significado conjunto. Por isso pensa-se em cabeças em vez de mão de obra.
  • Espiritual - promove associações, cooperação, parceria, sinergia e responsabilidade social.


Cultura da organização

Cultura organizacional - forma como os grupos se organizam no decorrer do tempo para resolver os problemas e desafios apresentados a eles.

Mudança de cultura - consciência de que a sobrevivência está em jogo. Desejo de sobreviver. Tem que mudar o comportamento dos indivíduos na organização.

"A cultura de uma organização não muda com discursos, cartazes ou quadros. Muda com fatos. Seu território são os corredores." Larry Bassidy.

Inovação, Cultura e Mudança:

"Não é a mais forte das espécies que sobrevive, nem a mais inteligente, mas aquela que melhor se adapta ao ambiente" Darwin

"é o passado de uma companhia, quando bem analisado e interpretado, que pode revelar a seus dirigentes a direção dos êxitos futuros" Larry E. Greiner

"Não são as circunstâncias, mas sim as pessoas que determinam os resultados. Tudo depende das escolhas que cada um faz..." Jim Collins

Tudo é uma curva S na evolução dos organismos. (formação, tumulto, normalidade, desempenho, acomoda, transforma) Muitas vezes o processo é rompido na fase de tumulto, por achar que não dará certo, que está difícil. Esses ciclos são de sete anos.

É muito comum mudar muito, mas ficar tudo igual. Mudar estrutura muda comportamentos. E vice versa.

Maturidade é a capacidade do individuo ou organização passar por adversidades com maturidade. Como desenvolver maturidade em alguém? Fazendo-o passar por adversidades. A experiência pode levar a ser velho ou sábio.

Instrumentos de maturidade. Crises da empresa que vai crescendo:

  • Crise da liderança
  • Crise da autonomia
  • Crise do controle
  • Crise da burocracia
  • Crise da sucessão (de áreas ou da própria empresa)


Aí volta à primeira crise, mas com velocidade bem diferente. Se a empresa tem os mecanismos de gestão, ela amadureceu. O processo de evolução exige uma consciência de que seu comando é como gestor nas crises de liderança e autonomia e como líder nas crises de controle, burocracia e sucessão.

Instrumento de gestão X instrumento de controle - se o orçamento aprovado prevê algum investimento ou contratação e você precisa de autorização posterior, ele é de instrumento de controle. Caso vc tenha autonomia após a aprovação, ele é de gestão. No crescimento, sempre se passa por essa mudança. Sempre nasce como controle, para depois virar instrumento de gestão.

Platôs do desenvolvimento mental adulto - Robert Kegan e Lisa Lahey

  • Mente socializada - criamos crenças e valores em torno do grupo em que vivemos. (trabalha em equipe, seguidor fiel, procura alinhar-se, procura ser dirigido e é confiante)
  • Mente autoral - começo a ganhar consciência e me abstrair daquela mente socializada e fazer juízos de valores.(dirige a agenda, aprende a liderar, bússola própria, resolve problemas, independente) Se fica só por aqui, adquire imunidade à mudança. Tem que partir para a mente autotransformadora.
  • Mente autotransformadora - (meta líder, lidera para aprender, multiquadros, comporta contradições, descobre problemas e é interdependente)

Só se muda pelo sonho ou pelo risco. E o risco tem que ser percebido. Empreendedor é inovador por natureza, crê para ver. Mas às vezes se fixa na mente autoral e se perde. Deixa de inovar.

Misturar o dia a dia com a inovação pode ser ruim, mas criar uma equipe exclusiva de inovação é péssimo, já que uns vão pensar e outros vão executar.

Componentes da mudança

Quando falamos em mudar, como fazemos para mudar? Toda mudança tem que ter alguns componentes:

  • Definir modelo cultural - Valores e comportamentos para a inovação.
  • Senso de urgência - Riscos x Complacência de não inovar. Tem empresa que começa a perder market share para mudar. outras esperam perder margem. É necessário um sangue novo para mudar nesses casos.
  • Formar coalizões - Liderar e mobilizar para a visão. Às vezes o líder não é capaz de fazer perceber o grupo da urgência e importância de mudar. Juntar pequenos grupos de pessoas até ter todo mundo enxergando a mesma coisa.
  • Criar a visão - Reflexão e ação. da nova cultura com inovação. É preciso discutir o modelo de forma compartilhada para que todos saibam o que é esse processo de inovação.
  • Comunicar - Tem 3 componentes. Infraestrutura, planejamento e competência.Ao informar o outro tem que questionar, entender e sustentar.
  • Dar empowerment - estrutura e capacitação.
  • Comemorar conquistas - vitórias de curto prazo e reconhecimento.

Tensão (Senso de urgência) e capacidade de mudar - Alta tensão sem capacidade gera um stress alto. Baixa capacidade de mudar e baixa tensão leva à arrogância. Alta capacidade para mudar e baixa tensão levam à perda de talentos. Muita capacidade de mudança e muira tensão leva a pouco resultado (amarga ironia). O ideal é ir construindo tensão e consequentemente construir capacidade de mudar.



Cultura de inovação - É um ambiente em que as pessoas possam colaborar-refletir, propor e implantar inovações para tornar a empresa competitiva. Requisitos:

  • Clareza no propósito comum;
  • Espaço para colaboração com interdependência ente os membros do grupo;
  • Confiança - código de conduta que viabilize a colaboração.


Como buscar compromisso? Emoção (amor), razão (gera humor sarcástico. Ou faz ou está na rua. Humor da rádio peão) e remuneração (gera dor). Casar, dá ou desce ou paga. Os valores da organização são as práticas percebidas na liderança e na forma de gerir os negócios.

Fatores relacionados à liderança (capacidade de influenciar, visão de futuro e autoconhecimento e autorregulação)

Pilares da confiança - resultado, integridade (coerência), risco compartilhado (pessoas correndo o mesmo risco. Caso da confiança em dobrar o paraquedas)

A liderança precisa construir um ambiente onde as pessoas queiram contribuir para a inovação. Como:

  • Confiança - Compartilhar opiniões e conhecimento, tolerando o risco e a ambiguidade;
  • Celebração e reconhecimento - Comemorar e ter senso de justiça.
  • Humor - Alegria x "coisa séria". Ambiente sem humor não tem criatividade nem inovação.
  • Relacionamento - Tratar pessoas como gente.
  • Significado - Desafios para o aprendizado e crescimento profissional e pessoal. Quanto eu sou estimulado a sair da zona de conforto.


Fatores relacionados ao modelo de gestão e estrutura:

  • Ambiente para contribuir para a inovação
  • Comunicação clara e aberta;
  • Disponibilidade de recursos para inovação;
  • Organização que viabilize o trabalho em equipe e multidisciplinares;
  • Espaços físicos e meios que viabilizem a integração;
  • Estratégia que valorize aquisição, criação e acumulação, proteção e exploração de conhecimento;
  • Alocação do tempo das pessoas de forma coerente a atender as necessidades (resultados, inovação, desenvolvimento, treinamento, etc);
  • Processos de reconhecimento pelo esforço e conquista;
  • Processo de remuneração e participação nos lucros individual e de equipes;
  • Critérios claros do que é inovação e critérios de avaliação do sucesso
  • Orientação para o mercado/empreendedorismo/foco no cliente.


Como alinhar comportamentos?

Valores (convicção do que é correto e justo. Ao mudar da mente funcional para autoral e desta para autotransformadora muda-se valores. Punição também muda valores.).

Valores levam a atitudes (pré disposição a algo) que levam a comportamentos (reações, posturas percebidas).

(conhecimentos + habilidades) x atitudes= competências

Explicitar o que é ou não valor na organização e definir quais os comportamentos que quero das pessoas para inovar. Definir 2 a 4 comportamentos no máximo e combinar. O processo de avaliação deve contemplar esses comportamentos. Defino comportamentos, alinho com colaboradores e reconheço/puno.

Não é a liderança que produz resultados. Ele cria condições para isso. Líder que resolve problemas dos subordinados vira gerente. É burrice.

Barreiras para inovar:

  • Inércia/zona de conforto
  • Alocação de tempo
  • misturar de tarefas/balanceamento da estratégia
  • bancar o tumulto
  • não abrir mão da fase de acomodação, principalmente se conquistou algo (medo de perder)
  • Medo de assumir riscos
  • Não há como ter medo de competição entre áreas. Ela sempre vai existir.
  • Ser humano é egoísta por natureza. Como fazer alguém ser altruísta? Como fazer pessoas trabalhar juntas?
  • ignorância sobre o significado de inovação
  • Concorrência de agendas dos líderes


O topo da empresa quer continuidade e lucratividade. Muda por isso. A base muda por esperança.  O meio é quem enfrenta a grande dúvida.

Um processo de inovação é viável, mas nós temos o papel de fazer perceber o papel da inovação. Também é um processo de mudança, que pressupõe senso de urgência, coalisão, etc. 

Estratégia de Inovação



Professor Ricardo Puga

O Professor é autor do Livro "101 Inovações Brasileiras" inicia sua fala dizendo como foi difícil mapear essas 101 inovações brasileiras.

Onde queremos chegar com "esse negócio de inovação"? Abordagem da inovação deve se dar como opção estratégica para as empresas, abraçando sua cultura organizacional, sistemas e estruturas de gestão e seus processos. E a inovação deve ter resultado, indicadores. Se não tiver não é inovação. O que está sendo desenvolvido pelas empresas que está mudando as operações do negócios?

Muitos afirmam que sua empresa tem uma estratégia de inovação, mas poucos conseguem explicá-la. Muitos executivos não sabem a diferença entre estratégia corporativa, estratégia competitiva e estratégia de inovação. A conclusão é que poucos tem uma estratégia real de inovação.

Na hierarquia de estratégias a inovação pode entrar em vários momentos. Companhias de sucesso duradouro possuem valores e propósitos centrais inalterados e estratégias e práticas comerciais adaptáveis. Os valores e missão são imunes ao tempo e devem guiar e inspirar. Não se cria isso e sim, descobre-se.

Identificando fatores de crescimento. Que fatores podem explicar o crescimento contínuo, por um longo período de tempo, de uma empresa?

A partir de uma pesquisa mundial, só 10 empresas (de 4793 com valor de mercado de mais de U$ 1 bi por ano em 2012) cresceram mais de 5% ao ano nos últimos 10 anos. E apenas 383 cresceram mais que 5% nos últimos 5 anos.

Os campeões de crescimento:

  • Infosys (Índia)
  • Yahoo Japan (Japão)
  • HDFC Bank (Índia)
  • ACS (Espanha)
  • Cognizant (EUA)
  • Tsingtao Brewery (China)
  • Indra Systems (Espanha)
  • Krka Group (Eslovênia)
  • FactSet Research Systems (EUA)
  • Atmos Energy (EUA)


Como elas fizeram isso?
Adaptação rápida
  • novos mercados, apostas rápidas e pequenas, de baixo risco.
  • portfólio diversificado, mas relacionado
  • ajustes estratégicos trimestrais
  • gestão centralizada
  • aquisições de ativos
  • inovações nas operações do dia a dia

Campeões de estabilidade
  • foco na cultura e valores compartilhados
  • alocação gradual de recursos
  • condições de desenvolvimento de talentos internos
  • alta liderança estável
  • não mudam estratégias rapidamente
  • relacionamento estável com clientes e fornecedores

  
Muitas empresas dizem fazer inovação, referindo-se à inovação incremental ou melhoria contínua, mas a estratégia de inovação foca a diferenciação através da reinvenção dos setores e da regeneração de estratégias. Busca pela competitividade se dá de 3 formas:

  • reestruturação de portfólio e downsizing (reduzir cursos e diminuir de tamanho)
  • reengenharia de processos e melhoria continua (melhorar)
  • reinvenção de setores e regeneração de estratégias (diferente)


Inovação de ruptura sempre tem um valor mais baixo e, geralmente, de pior qualidade. Rouba mercado do produto anterior, que tinha um publico insatisfeito com o valor cobrado. A líder antes da inovação de ruptura agora tenta copiá-la.

Há um risco muito grande em focar em melhorias contínuas e inovações incrementais. Vide caso aviação civil e falência e perda de competitividade de empresas tradicionais.

Sugestão - estratégia híbrida, que combina nova tecnologia de ruptura com velha tecnologia. Hoje, quando surge uma tecnologia disruptiva, algumas empresas líderes não mais as ignoram e sim tentam praticá-la, sem, no entanto, provocar ruptura brusca em seu negócio tradicional, criando uma solução híbrida junto da antiga tecnologia. Seria o "melhor dos dois mundos“.

Radar da inovação

Essa ferramenta mostra as 12 dimensões da inovação em negócios ancoradas pela oferta, clientes, processos e presença.
 



Métodos e técnicas de foresight (métodos e técnicas de antecipar o futuro)


Posicionamentos de Freeman - ofensiva(desenvolve sem olhar para os outros-Petrobrás), defensiva(seguidor rápido-Samsung), imitativa (cópias-calçados de Nova Serrana), dependentes (franqueados e licenciados-Timberland), tradicional (se mudar muito perde cliente-requeijão catupiry) e oportunistas (janelas de oportunidade-lâmpadas de baixo consumo).

Case Suzano Papel e Celulose - o custo do papel da Suzano era maior que o americano. No caso da celulose também ficavam atrás de alguns. O que a faz ser um sucesso tão estrondoso são os ativos florestais. Eucalipto com ciclo de sete anos ou menos, com melhoramento genético. A sua competência essencial era gestão de ativos florestais. Com base nisso eles buscaram fazer madeira com mais celulose e menos lignina. Eles só conseguiam o contrário. Com o aumento do preço da energia eles abriram uma empresa de energia, que deu lucro, mas sofre com as variações desse mercado.

Competência essencial - faz alguma coisa sem muito esforço mas o cliente percebe muito bem, com muito valor. Te diferencia dos concorrentes e te dá capacidade de expansão. Leva em conta o valor percebido pelo cliente, a diferenciação entre os concorrentes e a capacidade de expansão.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Visão sistêmica da inovação



Aula do professor Anderson Rossi

Iniciando com uma alusão a Peter Drucker, o professor afirma "Para toda empresa e negócios a inovação é uma competência essencial. Opção estratégica."

Nessa linha, 100% dos executivos falam que realmente a inovação é estratégica pra os negócios que dirigem. Mas quantos conseguem criar processos, ambientes e estruturas para inovar? Apenas entre 15 a 20%, pelas pesquisas do professor.

É trabalho árduo, sem fórmula única. Temos que errar, correr riscos. Essa é a razão para matar tantas ideias e capacidades inovadoras. O medo de errar e correr riscos. Além disso, a falta de mecanismos e ferramentas para captar a geração de ideias e a falta de tempo (ou o excesso de demandas burocráticas) também prejudicam muito a intenção de inovar.

Brasil caminha a passos tímidos nessa área.

Há uma banalização do termo inovação (ver Fábio Gandour). Inovações efêmeras são facilmente copiadas, perdem valor rapidamente. É importante fazer a análise de acordo com os negócios envolvidos. A inovação tem que dar resultado no final do dia, agregar valor.

Com tecnologia, capital e pessoas adequadas não há problemas que não possam ser resolvidos (ver livro Abundância-O futuro é melhor do que você imagina, de Steven Kotler, Peter H. Diamandis, disponível AQUI). A inovação deve ser exponencial, fazendo o resultado chegar a mais pessoas, por custos menores. As inovações disruptivas serão responsáveis por isso. Empreendedores sociais são fundamentais na resolução de problemas sociais (saúde, saneamento, habitação...). Com tudo isso, o autor espera a migração da inovação linear para a exponencial e desta para a global. Clique para ir ao Abundance Hub - About The Book Abundance - And More, no Youtube.

Com a disrupção e o modelo exponencial ocorre a desmonetização a democratização. Vide iTunes, Skype, Google e WhatsApp. Acesso e inclusão de quem não consumia.

80% das inovações mundiais são incrementais e 20% exponenciais (disruptivas).

Alguns questionamentos:
  • ·         A sua empresa é uma organização inovadora?
  • ·         Vc consegue descrever o processo de inovação de sua empresa?
  • ·         Você acredita que a direção considera cada colaborador um inovador em potencial?
  • ·         Qual a importância da inovação em sua avaliação de desempenho e remuneração?


Desafio - Desburocratizar, tirar os ruídos, criar os canais para inovação com certeza transforma o negócio. A inovação só ocorre plenamente quando disseminada por toda a empresa. É importante remunerar e recompensar as inovações, mas não só para quem dá a ideia. Também para quem implementa e dá concretude a ela.

Vale apostar em cestas estratégicas: Hoje (incremental), amanhã (ousando um pouco) e futuro (radicalizar).

A ideia não poda andar descasada da implementação e muito menos do resultado. E de preferência sob um processo simples, que todos saibam explicar (Como dar a ideia, como é reconhecido, quem a leva adiante...)

Por que ainda se inova tão pouco no Brasil? Desafios e como enfrentá-los:

  • Falta definir exatamente do que estamos falando;

               É o processo de transformar novas ideias em fins produtivos (Rosabeth Moss Kanter)
               Processo para a geração de dinheiro novo (Clemente Nóbrega)
              Qualquer projeto que novo para você e que tenha o resultado incerto (Govindarajan & Trimble)
  • Faltam método, ferramentas;
  • Só pessoas especiais podem inovar (bobagem);
  • Viés da tecnologia, pouco se falando de modelos de negócios e resultados;(boas inovações que revisem o modelo de negócio da empresa)
  • Choque educacional. Não formamos empreendedores (empreendedorismo no sentido de criatividade e engajamento)
  • Não há a cobrança pela inovação. Cobrar, mas com condições.
  • Antecipar o futuro, sair à frente dos concorrentes.
  • Baixa interação com universidades
  • Políticas de fomento e financiamento deficientes


O que o inovador tem? Características que aparecem em qualquer bom processo de inovação.

  • Capacidade de associação de conceito e informações;
  • Capacidade de questionamento, de incomodar;
  • Capacidade de observação;
  • Experimentação;
  • Network/rede.


Visão sistêmica da inovação

Como olhar as engrenagens da minha empresa, fazendo com que elas gerem um resultado para  minha empresa no final do dia.

Cultura e valores/Pessoas/Liderança e estrutura/Ferramentas e processos.

Dá pra descomplicar e mostrar que essas engrenagens funcionam juntas.

Referências de crowdsourcing e open inovation.  Traga o mundo para dentro da sua empresa com Crowdsourcing.  Também traz o engajamento dos consumidores às marcas:


Como inovar mais:

  • Desafiar as ortodoxias;
  • Entender as descontinuidades e sinais fracos do mercado.Começar com mega tendências;
  • Alavancar competências e qualidades estratégicas. Reorganizar a gestão da empresa destacando as competências;
  • Se colocar no lugar dos clientes. Entender necessidades não articuladas.

Programa Gestão Estratégica da Inovação_Fundação Dom Cabral


Depois da experiência do Skills, Tools & Competencies, hoje começo a veicular aqui parte do aprendizado do Programa Gestão Estratégica da Inovação da Fundação Dom Cabral. Esse programa busca integrar, de forma sistêmica, aspectos da inovação e sua criação de valor, identificando fatores fundamentais para a criação da cultura dessa prática.

Grande abraço a todos.