Professor Ricardo
Puga
O Professor é autor do Livro "101 Inovações Brasileiras"
inicia sua fala dizendo como foi difícil mapear essas 101 inovações
brasileiras.
Onde queremos chegar com "esse negócio de
inovação"? Abordagem da inovação deve se dar como opção estratégica para
as empresas, abraçando sua cultura organizacional, sistemas e estruturas de
gestão e seus processos. E a inovação deve ter resultado, indicadores. Se não
tiver não é inovação. O que está sendo desenvolvido pelas empresas que está
mudando as operações do negócios?
Muitos afirmam que sua empresa tem uma estratégia de inovação,
mas poucos conseguem explicá-la. Muitos executivos não sabem a diferença entre
estratégia corporativa, estratégia competitiva e estratégia de inovação. A
conclusão é que poucos tem uma estratégia real de inovação.
Na hierarquia de estratégias a inovação pode entrar em
vários momentos. Companhias de sucesso duradouro possuem valores e propósitos
centrais inalterados e estratégias e práticas comerciais adaptáveis. Os valores
e missão são imunes ao tempo e devem guiar e inspirar. Não se cria isso e sim,
descobre-se.
Identificando fatores de crescimento. Que fatores podem
explicar o crescimento contínuo, por um longo período de tempo, de uma empresa?
A partir de uma pesquisa mundial, só 10 empresas (de 4793 com
valor de mercado de mais de U$ 1 bi por ano em 2012) cresceram mais de 5% ao
ano nos últimos 10 anos. E apenas 383 cresceram mais que 5% nos últimos 5 anos.
Os campeões de crescimento:
- Infosys (Índia)
- Yahoo Japan (Japão)
- HDFC Bank (Índia)
- ACS (Espanha)
- Cognizant (EUA)
- Tsingtao Brewery (China)
- Indra Systems (Espanha)
- Krka Group (Eslovênia)
- FactSet Research Systems (EUA)
- Atmos Energy (EUA)
Como elas fizeram isso?
Adaptação rápida
- novos mercados, apostas rápidas e pequenas, de baixo risco.
- portfólio diversificado, mas relacionado
- ajustes estratégicos trimestrais
- gestão centralizada
- aquisições de ativos
- inovações nas operações do dia a dia
Campeões de estabilidade
- foco na cultura e valores compartilhados
- alocação gradual de recursos
- condições de desenvolvimento de talentos internos
- alta liderança estável
- não mudam estratégias rapidamente
- relacionamento estável com clientes e fornecedores
Muitas empresas dizem fazer inovação, referindo-se à
inovação incremental ou melhoria contínua, mas a estratégia de inovação foca a
diferenciação através da reinvenção dos setores e da regeneração de
estratégias. Busca pela competitividade se dá de 3 formas:
- reestruturação de portfólio e downsizing (reduzir cursos e diminuir de tamanho)
- reengenharia de processos e melhoria continua (melhorar)
- reinvenção de setores e regeneração de estratégias (diferente)
Inovação de ruptura sempre tem um valor mais baixo e,
geralmente, de pior qualidade. Rouba mercado do produto anterior, que tinha um
publico insatisfeito com o valor cobrado. A líder antes da inovação de ruptura
agora tenta copiá-la.
Há um risco muito grande em focar em melhorias contínuas e
inovações incrementais. Vide caso aviação civil e falência e perda de
competitividade de empresas tradicionais.
Sugestão - estratégia híbrida, que combina nova tecnologia de
ruptura com velha tecnologia. Hoje, quando
surge uma tecnologia disruptiva, algumas empresas líderes não mais as ignoram e
sim tentam praticá-la, sem, no entanto, provocar ruptura brusca em seu negócio
tradicional, criando uma solução híbrida junto da antiga tecnologia. Seria o
"melhor dos dois mundos“.
Radar da inovação
Essa ferramenta mostra as 12 dimensões da inovação em
negócios ancoradas pela oferta, clientes, processos e presença.
Métodos e técnicas de foresight (métodos e técnicas de
antecipar o futuro)
Posicionamentos de Freeman - ofensiva(desenvolve sem olhar
para os outros-Petrobrás), defensiva(seguidor rápido-Samsung), imitativa
(cópias-calçados de Nova Serrana), dependentes (franqueados e licenciados-Timberland),
tradicional (se mudar muito perde cliente-requeijão catupiry) e oportunistas
(janelas de oportunidade-lâmpadas de baixo consumo).
Case Suzano Papel e Celulose - o custo do papel da Suzano
era maior que o americano. No caso da celulose também ficavam atrás de alguns.
O que a faz ser um sucesso tão estrondoso são os ativos florestais. Eucalipto
com ciclo de sete anos ou menos, com melhoramento genético. A sua competência
essencial era gestão de ativos florestais. Com base nisso eles buscaram fazer
madeira com mais celulose e menos lignina. Eles só conseguiam o contrário. Com
o aumento do preço da energia eles abriram uma empresa de energia, que deu lucro,
mas sofre com as variações desse mercado.
Competência essencial - faz alguma coisa sem muito esforço
mas o cliente percebe muito bem, com muito valor. Te diferencia dos
concorrentes e te dá capacidade de expansão. Leva em conta o valor percebido
pelo cliente, a diferenciação entre os concorrentes e a capacidade de expansão.
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