quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Contribuição para o desenvolvimento local da formação de redes intersetoriais_Resumo traduzido_Marinela Vega y Yajaira Rojo




Texto do mestrado em Visão Territorial do Desenvolvimento Sustentável

Introdução:

A complexa dinâmica do desenvolvimento é reconhecida amplamente, como um processo, e que  demanda vários tipos de transformações. Isso acontece porque a sociedade, ao evoluir continuamente, se vê constantemente no enfrentamento de novos problemas e conflitos, novos recursos e novas expectativas sociais e, portanto, novos desafios políticos (Utria, 2002).

A teoria do desenvolvimento endógeno, diferentemente dos modelos neoclássicos, argumenta que cada fator e o conjunto dos fatores determinantes do acúmulo de capital criam um ambiente em que os processos de transformação e desenvolvimento das economias tomam form. Argumenta ainda que a política de desenvolvimento local permite alcançar de forma eficiente a resposta local aos desafios da globalização, o que torna a teoria do desenvolvimento endógeno uma interpretação para a ação (Vásquez, 2000).

A evolução organizacional como elemento determinante das relações intersetoriais:

Atualmente, a importância das organizações reside na satisfação das necessidades de um coletivo, representando um maior esforço por conhecer essas necessidades e poder adaptar seus processos e recursos para fornecer uma resposta precisa às demandas. A formação de alianças responde a esse desafio.

A tendência das organizações reconhecerem a situação de dependência de outras, para alcançar competitividade, demanda a evolução das mesmas. Esta evolução se traduz na implantação de mecanismos de cooperação entre elas, representando mudanças nas estratégias organizacionais.

A concorrência global exige respostas rápidas e bem sucedidas, de modo que a relação entre duas organizações se torna insuficiente para responder aos novos e constantes desafios impostos.

A essência da evolução das organizações baseia-se na capacidade de descobrir novas e melhores adaptações cooperativas entre seus membros, o que quer dizer que se estabelece uma relação em que as partes envolvidas conseguem benefícios para refinar seus processos, obter lucros, fornecer respostas ao ambiente e continuar evoluindo.

A evolução das organizações baseia-se na evolução da cooperação como estratégia de crescimento e de fortalecimento organizacional, transcendendo sua adaptação ao meio ambiente, o que quer dizer que abrange a conformação de novas estruturas de relação baseadas em mecanismos que favorecem a organização, seu ambiente e as organizações pertencentes ao mesmo campo.

Nesse sentido, o surgimento de novas estruturas de relação exige a participação de indivíduos com poder suficiente para estimular outros membros a participar de processos de cooperação dentro do território.

A produtividade do gerente em uma organização evolutiva está determinada por sua capacidade de fazer com que os membros que comanda pensem e ajam evolutivamente. Aí reside a evolução da organização.

Intersetorialidade para o desenvolvimento endógeno:

As alianças entre redes de organizações para acessar os recursos constituem a origem de novas formas de organização: “as relações intersetoriais”, conceituadas como:

A reciprocidade multidirecional entre setores totalmente conformados por meio da estrutura de redes, regida por normas específicas, se propõem a implementar mecanismos de cooperação e de concorrência para fornecer bens e serviços adaptados às necessidades da sociedade (Vega, 2003).

Surge, então, a necessidade de revisar a relevância e o alcance da relação entre a universidade e a empresa em termos de relação inter-organizacional, visto que as exigências feitas sugerem a existência de estruturas fortalecidas que tragam ao país uma plataforma de tal força que provenha de setores totalmente homogeneizados e complementados na produção científica, de bens e serviços, que propiciam o desenvolvimento local endógeno.

Este setor se constituiria no suporte de um espaço produtivo com respostas bem sucedidas a inovações que vem surgindo no âmbito mundial e é ameaçado pela obsolescência dos países que não se preparam para se fortalecer e evitar que isso os faça desaparecer.

A inovação necessária para a realização do desenvolvimento local surgiria, em boa parte, da interação racional do setor empresarial com o setor universitário.

Atualmente, tem-se redefinido o conceito de território, isso pressupõe uma reorganização das forças que convergem, ressaltando a conformação de redes; no território são consideradas as áreas de construção de recursos. A competitividade territorial envolve os recursos do território buscando encontrar a coerência global; o envolvimento dos agentes e instituições, a cooperação de outros territórios e a articulação com as políticas regionais, nacionais e com contexto global (Observatório europeu, 2001).

Por sua vez, as redes territoriais devem apresentar certas características, sendo o intercâmbio de informação e conhecimento os elementos centrais. Assim Ibarra (1992), diz que existem três propriedades que definem a estrutura das redes e que estão relacionadas com a flexibilidade e facilidade de informação: a densidade, a conectividade e a hierarquia.

A densidade es el radio de vínculos reais e potenciais entre os atores da rede, a conectividade é o raio de vínculos simultâneos em que os membros de uma rede estão através de nós, direta ou indiretamente. A hierarquia descreve os padrões de estratificação ou desigualdade no grau em que estão envolvidos os atores das relações.

As redes devem apresentar uma organização horizontal, ou seja, não deve existir uma hierarquia, o que evita a burocracia. Supõe-se que este território inovador que forma parte da rede deve estar permeado de regras, valores, normas e comportamentos em consonância com a cultura da cooperação.

As redes territoriais intersetoriais requerem estratégias para fazer a articulação necessária entre os setores sócio-produtivos, que compõem a observação de certas condições no ambiente territorial e, mais especificamente a nível intermediário, assegurando uma dinâmica dirigida a atingir os objetivos sócio econômicos no território nacional. Estes mecanismos respondem a políticas definidas em âmbito intermediário e são implementados mediante o trabalho conjunto de entidades de nível micro dentro dos setores ou entre setores, e em permanente interação com o nível intermediário.

Nas esferas micro e meso, a disposição de redes organizacionais com intenção de gerar inovações dirigidas a atender situações coletivas são medidas por indicadores que as caracterizam e que delineiam sua pertinência social:

·         Tem elementos para contribuir com o desenvolvimento da região;
·         Refletir o interesse das comunidades;
·         As organizações são interdependentes entre si;
·         As organizações tem relações nacionais e internacionais, a nível micro, intermediário, macro e meta;
·         As redes promovem a conservação do meio ambiente;
·         Os participantes da rede de inovação preparam suas comunidades para participar dos processos de inovação para obter o desenvolvimento sustentável da região;
·         Os produtos e serviços que oferecem estão baseados na inovação tecnológica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário