segunda-feira, 21 de julho de 2014

Empreendedorismo

A primeira aula presencial foi do Professor Fábio Antoldi, sobre empreendedorismo.


Conceito de Empreendedorismo

Houve um primeiro recall de conceitos básicos, com o conceito de empreendedorismo, que, em uma primeira análise "seria o comportamento de algumas pessoas, em seus aspectos psicológicos. Importa também em riscos, autonomia, locus de controle, superotimismo."

Também importa em colocar em prática uma série de ações para iniciar uma nova empresa, onde o professor imediatamente afunilou o conceito e focou no core do Sebrae. Esse empreendedorismo inicial seria o "1.0". Desenvolver e consolidar essa empresa seria o "Empreendedorismo 2.0".

"Empreendedorismo é a habilidade de criar e construir algo de valor de praticamente nada:iniciando, fazendo, realizando, construindo uma empresa ou organização"(J. Timmons, 1989).  Seria inovação associada à busca por independência, identificação de oportunidades de mercado e criação de alguma coisa nova. Também envolve a coordenação de recursos humanos (mão de obra) e financeiros (investimentos próprios ou do mercado), mercado, empreendedorismo e capacidade de gestão.

O empreendedorismo combina as oportunidades de conhecimento oferecido pelo mercado com novos processos, traduzindo isso em novas idéias de negócios, utilizando capital (próprio e/ou de terceiros). Aliado a isso deve haver a motivação de seus colaboradores.

Para tanto é necessário combinar uma série de positividades para que isso tudo dê certo.



A governança nos pequenos negócios

Foi reforçado bastante que a governança de pequenas empresas não admite as ferramentas utilizadas para as grandes companhias, muito menos a simples adaptação destas. A maioria das ferramentas e técnicas elencadas na literatura especializada das grandes empresas não seria adaptável para as pequenas.  A hierarquia, estrutura mecânica e hierarquizada, interação de indivíduos em equipe, etc. são a realidade das grandes companhias. Por outro lado, no universo das pequenas empresas, o comportamento, do ponto de vista organizacional principalmente, é diferente. As respostas ao ambiente são mais rápidas, a estrutura é muito mais simples, com o "CEO/Empreendedor" podendo alterar rapidamente o comportamento dos colaboradores. A estrutura de trabalho é mais flexível e os colaboradores se adaptam mais facilmente.



O empreendedor em si é a principal peça desse tipo de empresa. Por outro lado, a liderança surge como outro conceito. Líderes empresariais existem, mas liderança não necessariamente está ligada ao empreendedorismo.  Em linhas sucintas, liderar é fazer as pessoas trabalhar, de encontro a um objetivo comum.

 Principais características dos pequenos negócios e de seus proprietários:


- Nas pequenas, o futuro da empresa depende da capacidade, visão, liderança, talento do empreendedor. Ele é o centro.
- Estrutura organizacional simples. 
- Opções limitadas de concorrência, sendo necessário identificar alvos de mercado, segmentando.

- Controle familiar. Enquanto os negócios devem seguir a meritocracia, a ideia de família, na experiência humana é algo completamente diferente. Não há compatibilidade entre o amor dos pais com as regras de mercado. Há uma contraposição entre família e empresa. Há também os problemas de sucessão e processos internos.



O empreendedor deve poder mesclar criatividade e inovação com bom nível de capacidade gerencial. Foi aplicado, então, o "Get TEST" (General Enterprising Tendency). As cinco dimensões, e os resultados, desse teste são:

·         Necessidade de auto criação - máximo 12 e média 9 (minha nota 9);
·         Necessidade de autonomia e independência - Máximo 6 e média 4 (minha nota 5);
·         Criatividade - Máximo 12  média 8 (minha nota 10);
·         Riscos moderados - Máximo 12 e média 8 (minha nota 8);

·         Espírito de empresa e determinação - Máximo 12 e média 8 (minha nota 9).

Planos de Negócio

Posteriormente abordou-se a importância dos planos de negócios, no sentido de descrever a ideia, com a empresa e captando os valores. O modelo Canvas é uma boa ferramenta para desenhar os modelos de negócios. Está disposto em blocos que trazem informações diretas e sucintas, como por exemplo:

- Clientes segmentados, quem são?
- Proposta de valor. O que se entrega para seu cliente? Como resolve os problemas deles?
- Canais - Como atingir seu alvo?
- Comunicação com os clientes. Como será construído um relacionamento com seus clientes e fazer com que eles o sigam.
- Fontes de receitas
- Recursos chave, tangíveis e intangíveis
- Parcerias chave

Qualquer ideia de novos negócios deve ter esses conjuntos de informação. "Um modelo de negócio descreve a lógica de como uma organização cria, entrega e captura valor."

O plano de negócios tradicional e o Canvas não se excluem e cada um tem sua aplicação. Também foi muito bem exposto pelo professor que em muitos casos o plano de negócios seria dispensável, no caso de busca de investidores. Há situações, muito comuns em start ups, que os investidores buscam as melhores idéias e o perfil arrojado e empreendedor do proponente. Isso valeria muito mais em um pitch do que o plano de negócios. Mas cada caso é um caso e todas as ferramentas tem sua aplicação em determinados momentos. Para bancos, por exemplo, planos de negócios são indispensáveis.

A visão intuitiva nos pequenos negócios é mais presente e adequada do que os planos de negócio. Qual a solução para isso? Treinar pessoas para aprender com sua própria experiência. É o tradicional "aprender fazendo". Por meio de grupos, auto aprendizado, lembrando que somos "animais sociais" e temos mais facilidade de aprendizado e interação em grupo. Tentativa e erro é um mecanismo importante de aprendizado.

O que mudou desde o início de seu negócio? Na missão, visão, aspectos de competitividade, organizacionais, tamanho e complexidade do staff, relacionamentos, família (filhos de empreendedores não são necessariamente bons empreendedores. Eventualmente algum membro da família quebra um negócio ao assumi-lo, depois de gerações)...Tente formalizar diferentes estágios na sua vida e na do seu negócio. Traga números para medir e fazer análises financeiras. Seria uma abordagem biográfica.

Muitos problemas serão os mesmos, mas em histórias diferentes. E as formas de enfrentamento é que serão o diferencial.

Daí pode nascer um plano estratégico, com uma delimitação dos problemas, com observações sobre potenciais e reais mudanças no ambiente da empresa.



Reviving Entrepeunership

Foi abordado um artigo da Harvard Business Review (2012) de J. Lerner e W. Sahlman. "Reviving Entrepeunership" (Disponível AQUI, mediante cadastro gratuito).

O ponto central do artigo é a percepção que os Estados Unidos é um país estagnado do ponto de vista do empreendedorismo, enquanto China e Brasil vêm se movimentando rápido. Coisa difícil de acreditar em se tratando da terra dos self-made men. Os formuladores de políticas públicas americanas teriam que trabalhar muito para reavivar o empreendedorismo naquele país. Os autores defendem que:

- haja mais pesquisa básica;
- haja mais incentivos creditícios e fiscais que incentivem as pessoas a correr risco;
- promovam empreendedorismo social, fazendo com que os negócios façam parte da solução do provimento da sustentabilidade do bem estar geral;
- atraiam de imigrantes talentosos;
- façam uma discriminação entre capitais especulativos e produtivos;
- promovam comunicação entre investidores e empreendedores;
- façam leis anti truste para proteger pequenas empresas inovadoras e sua propriedade intelectual;
- haja planos de saúde proteção social para trabalhadores dos pequenos negócios, mas sem custos ou burocracia;

- haja políticas fiscais menos onerosas, não penalizando o insucesso.

Educação Empreendedora
Caminhando para o final da aula abordou-se o sistema educacional como fundamental para o empreendedorismo. Como a educação ajuda a desenvolver o espírito empreendedor? Te ensina a gerenciar?


A resposta na Europa é muito insatisfatória na Europa. Só 13% acham que a escola/universidade os ajudaram. O mesmo acontece no Brasil, de acordo com a pesquisa GEM/Global Entrepreunership Monitor.

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