A primeira aula presencial foi do Professor Fábio Antoldi, sobre empreendedorismo.
Conceito de Empreendedorismo
Houve um primeiro recall de conceitos básicos, com o conceito
de empreendedorismo, que, em uma primeira análise "seria o comportamento
de algumas pessoas, em seus aspectos psicológicos. Importa também em riscos,
autonomia, locus de controle, superotimismo."
Também importa em colocar em prática
uma série de ações para iniciar uma nova empresa, onde o professor
imediatamente afunilou o conceito e focou no core do Sebrae. Esse empreendedorismo inicial seria o
"1.0". Desenvolver e consolidar essa empresa seria o "Empreendedorismo
2.0".
"Empreendedorismo é a habilidade
de criar e construir algo de valor de praticamente nada:iniciando, fazendo,
realizando, construindo uma empresa ou organização"(J. Timmons,
1989). Seria inovação associada à busca por independência, identificação
de oportunidades de mercado e criação de alguma coisa nova. Também envolve a
coordenação de recursos humanos (mão de obra) e financeiros (investimentos próprios
ou do mercado), mercado, empreendedorismo e capacidade de gestão.
O empreendedorismo combina as
oportunidades de conhecimento oferecido pelo mercado com novos processos,
traduzindo isso em novas idéias de negócios, utilizando capital (próprio e/ou
de terceiros). Aliado a isso deve haver a motivação de seus colaboradores.
Para tanto é necessário combinar uma
série de positividades para que isso tudo dê certo.
A governança nos pequenos negócios
Foi reforçado bastante
que a governança de pequenas empresas não admite as ferramentas utilizadas para
as grandes companhias, muito menos a simples adaptação destas. A maioria das
ferramentas e técnicas elencadas na literatura especializada das grandes
empresas não seria adaptável para as pequenas. A hierarquia, estrutura
mecânica e hierarquizada, interação de indivíduos em equipe, etc. são a
realidade das grandes companhias. Por outro lado, no universo das pequenas
empresas, o comportamento, do ponto de vista organizacional principalmente, é
diferente. As respostas ao ambiente são mais rápidas, a estrutura é muito mais
simples, com o "CEO/Empreendedor" podendo alterar rapidamente o
comportamento dos colaboradores. A estrutura de trabalho é mais flexível e os
colaboradores se adaptam mais facilmente.
O empreendedor em si é a principal
peça desse tipo de empresa. Por outro lado, a liderança surge como outro
conceito. Líderes empresariais existem, mas liderança não necessariamente está
ligada ao empreendedorismo. Em linhas sucintas, liderar é fazer as
pessoas trabalhar, de encontro a um objetivo comum.
Principais características dos pequenos negócios e de seus
proprietários:
- Nas pequenas, o futuro
da empresa depende da capacidade, visão, liderança, talento do empreendedor.
Ele é o centro.
- Estrutura
organizacional simples.
- Opções limitadas de
concorrência, sendo necessário identificar alvos de mercado, segmentando.
O empreendedor deve
poder mesclar criatividade e inovação com bom nível de capacidade gerencial.
Foi aplicado, então, o "Get TEST" (General Enterprising Tendency). As
cinco dimensões, e os resultados, desse teste são:
· Necessidade de auto
criação - máximo 12 e média 9 (minha nota 9);
· Necessidade de autonomia
e independência - Máximo 6 e média 4 (minha nota 5);
· Criatividade - Máximo 12
média 8 (minha nota 10);
· Riscos moderados -
Máximo 12 e média 8 (minha nota 8);
· Espírito de empresa e
determinação - Máximo 12 e média 8 (minha nota 9).
Planos de Negócio
Posteriormente
abordou-se a importância dos planos de negócios, no sentido de descrever
a ideia, com a empresa e captando os valores. O modelo Canvas é uma
boa ferramenta para desenhar os modelos de negócios. Está disposto em blocos
que trazem informações diretas e sucintas, como por exemplo:
-
Clientes segmentados, quem são?
-
Proposta de valor. O que se entrega para seu cliente? Como resolve os problemas
deles?
-
Canais - Como atingir seu alvo?
-
Comunicação com os clientes. Como será construído um relacionamento com seus
clientes e fazer com que eles o sigam.
-
Fontes de receitas
-
Recursos chave, tangíveis e intangíveis
-
Parcerias chave
Qualquer ideia de novos negócios deve ter esses conjuntos de informação. "Um modelo
de negócio descreve a lógica de como uma organização cria, entrega e captura
valor."
O
plano de negócios tradicional e o Canvas não se excluem e cada um tem sua
aplicação. Também foi muito bem exposto pelo professor que em muitos casos o
plano de negócios seria dispensável, no caso de busca de investidores. Há
situações, muito comuns em start ups, que os investidores buscam as melhores
idéias e o perfil arrojado e empreendedor do proponente. Isso valeria muito
mais em um pitch do que o plano de negócios. Mas cada caso é um caso e todas as
ferramentas tem sua aplicação em determinados momentos. Para bancos, por exemplo,
planos de negócios são indispensáveis.
A
visão intuitiva nos pequenos negócios é mais presente e adequada do que os
planos de negócio. Qual a solução para isso? Treinar pessoas para aprender com
sua própria experiência. É o tradicional "aprender fazendo". Por meio
de grupos, auto aprendizado, lembrando que somos "animais sociais" e
temos mais facilidade de aprendizado e interação em grupo. Tentativa e erro é
um mecanismo importante de aprendizado.
O
que mudou desde o início de seu negócio? Na missão, visão, aspectos de
competitividade, organizacionais, tamanho e complexidade do staff,
relacionamentos, família (filhos de empreendedores não são necessariamente bons
empreendedores. Eventualmente algum membro da família quebra um negócio ao
assumi-lo, depois de gerações)...Tente formalizar diferentes estágios na sua
vida e na do seu negócio. Traga números para medir e fazer análises
financeiras. Seria uma abordagem biográfica.
Muitos
problemas serão os mesmos, mas em histórias diferentes. E as formas de
enfrentamento é que serão o diferencial.
Daí
pode nascer um plano estratégico, com uma delimitação dos problemas, com
observações sobre potenciais e reais mudanças no ambiente da empresa.
Reviving Entrepeunership
Foi abordado um artigo
da Harvard Business Review (2012) de J. Lerner e W. Sahlman. "Reviving
Entrepeunership" (Disponível AQUI, mediante
cadastro gratuito).
O ponto central do
artigo é a percepção que os Estados Unidos é um país estagnado do ponto de
vista do empreendedorismo, enquanto China e Brasil vêm se movimentando rápido.
Coisa difícil de acreditar em se tratando da terra dos self-made men. Os
formuladores de políticas públicas americanas teriam que trabalhar muito para
reavivar o empreendedorismo naquele país. Os autores defendem que:
- haja mais pesquisa
básica;
- haja mais incentivos
creditícios e fiscais que incentivem as pessoas a correr risco;
- promovam
empreendedorismo social, fazendo com que os negócios façam parte da solução do
provimento da sustentabilidade do bem estar geral;
- atraiam de imigrantes
talentosos;
- façam uma
discriminação entre capitais especulativos e produtivos;
- promovam comunicação
entre investidores e empreendedores;
- façam leis anti truste
para proteger pequenas empresas inovadoras e sua propriedade intelectual;
- haja planos de saúde
proteção social para trabalhadores dos pequenos negócios, mas sem custos ou
burocracia;
- haja políticas fiscais
menos onerosas, não penalizando o insucesso.
Educação Empreendedora
Caminhando para o final
da aula abordou-se o sistema educacional como fundamental para o
empreendedorismo. Como a educação ajuda a desenvolver o espírito empreendedor?
Te ensina a gerenciar?
A resposta na Europa é
muito insatisfatória na Europa. Só 13% acham que a escola/universidade os
ajudaram. O mesmo acontece no Brasil, de acordo com a pesquisa GEM/Global
Entrepreunership Monitor.
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