quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Desenvolvimento local e globalização


Professor Joan Noguera

Até os anos 80, as políticas públicas eram aplicadas de forma muito centralizadas, mas isso vem se modificando aos poucos desde então. Os principais desafios hoje estão relacionados com a Globalização, com a crescente interconexão entre pessoas e lugares que causa e provoca uma crescente convergência de processos econômicos, políticos, ambientais e culturais.

A globalização, segundo o não é um progresso, nem uma regressão, nem uma ideologia, nem sequer uma política. Seria uma etapa da história da Humanidade e um processo que dá uma dimensão nova aos fenômenos já presentes.

Por outro lado, uma política pública deve ser aplicada sempre pelo ente mais próximo do cidadão. Esse é o princípio da subsidiariedade. Quanto mais próximo do cidadão, maior conhecimento da realidade o gestor tem, consequentemente, podendo realizar mais adequações e customizações, ampliando sua efetividade e melhorando a relação custo benefício da política pública. Isso sem falar na ampliação da cidadania, com a participação popular. Além disso, o mundo é territorial e não setorial. Não há o mundo da indústria, o mundo do agronegócio, etc. Tudo está interconectado.

Dependendo do momento do País, o desenvolvimento local pode reconciliar a política com o cidadão, relação esta muito desgastada em países em desenvolvimento, e de forma muito mais acentuada no Brasil.

O modelo descentralizado prioriza a endogenia, os pequenos negócios como mola propulsora da economia local, consciência ecológica (esse modelo de desenvolvimento surge justamente quando os grandes problemas globais de sustentabilidade começam a ser discutidos).

Teoria "do Edifício do Desenvolvimento Local" (Carrillo, 2000).


É um “edifício dinâmico”, onde sucessivos andares vão sendo acrescentados, se os andares prévios estão bem cimentados.

Os primeiros pisos são a concertação estratégica a participação cidadã para gerar um processo de desenvolvimento comum. À partir daí busca-se impulsionar a criatividade e inovação no âmbito local. O próximo andar busca a inovação tecnológica. O quinto andar foca a coordenação administrativa.

Os componentes exógenos são fundamentais para o desenvolvimento local, desde que devidamente "encaixados" na estratégia. Caso contrário podem extrair valor local.

A partir daí os "andares" continuam crescendo, sendo construídos, com serviços para a comunidade, para as empresas, encadeamentos produtivos.

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