"O nanosegundo representa o chronon do cibertempo, o seu
átomo temporal indivisível. A velocidade de passagem do nanosegundo torna-o
essencialmente subliminar" (RAFKIN). Também pode ser conhecido como a
bilionésima parte do segundo.
Tudo isso para fazer alusão à velocidade imensa com que
vivemos nos dias de hoje. O professor Richard Honack abre o módulo Kellogg do
STC falando sobre a "Cultura do Nanosegundo".
As culturas
são diferentes em todo o mundo. A ética também. A tecnologia é, ou está, incontrolável. Busquemos, então, controlar nossos
serviços e produtos para se adequar a isso, sem esquecer que está no nosso DNA
não gostar de mudanças.
Os mais
idosos hoje aprendem com os mais novos, ao contrário de antes. Seus processos
são do século XXI? Se sua tecnologia tem 3 anos, tem grandes chances de estar
desatualizada. Qual o ambiente em que operamos? São perguntas e mais perguntas
que somos instados a responder e consequentes reflexões sobre cenários e
tendências ligados à tecnologia.
Nos últimos
10 anos as coisas mudaram mais rápido, do que pudemos acompanhar. As
habilidades de aprender mais rápido e mudar mais rápido tem que ser cada vez
maiores e melhores. Ao mesmo tempo, como bem observou o professor Sigmar
Malvezzi na aula sobre paradigmas da liderança, a velocidade hoje nos obriga a
ignorar grande parte das ferramentas que nós temos e aprendemos. Muita gente
quer dominar o saber, mas não quer aprender, porque toma tempo. Aí surgem
muitos generalistas, sem profundidade.
O fato é
que, se nós não mudarmos, a concorrência muda e rouba nossos clientes, ou
alguém pensava o Brasil liderando a aviação 15 anos atrás?
O que dirige
a cultura do nanosegundo? A tecnologia. Wireless (5 anos atrás não havia
wireless na Kellogg), smartphones universalizados, "TVphoneputers" são exemplos disso.
Hoje assistimos tv, mexendo no computador e de olho no telefone e tem gente que
já trabalha assim. Esses são os clientes, que não vão deixar isso pra trás. Nós
é que temos que aprender a atendê-los. Um bom exemplo dessa tendência é a próxima
tv da Sony, que permitirá ver 16 imagens ao mesmo tempo entre canais, internet,
vídeo conferências e vídeo chamadas. Logo tudo Isso será wireless, controlado
por voz, abolindo a digitação. Leitores
eletrônicos e tablets são bibliotecas, arquivos, gavetas. Economia fenomenal de
logística, impressões e espaços físicos.
Esse vídeo
sobre a Sports Ilustrated simboliza bem essas convergências e customizações
pensadas nesse novo público.
A América
latina é onde há ainda muito papel. Europa e EUA tem os jornais dados de graça.
Interatividade, ação, multitarefa, customização, compartilhamento. É isso que a
geração mais jovem quer das coisas. E essa geração representa nada menos que
50% da população.
O que
aconteceu no mundo do marketing? Papel e rádio conviveram até 1948, quando
adveio a TV. Esses 3 veículos proporcionaram o marketing de mídia. Em 1998 os
computadores entraram em nossas vidas (na AL em 2003). Depois disso, adveio o
smartphone. Hoje a mídia está no computador e smartphone. O resto é velho. A TV ainda sobrevive, mais pela plataforma em
si, do que pela programação.
Em 2001
surgem os "dotcom". Em 2002 o email se tornou um hábito. Em 2005
surgem os smartphones (Blackberrys). Em 2006 surge o Facebook, como mídia
pessoal e em 2008 o Twitter. Em 2009, as redes sociais como um todo se tornaram
um fenômeno global. Em 2010 surgem os ibooks e o Ipad. Agora temos o 3D e TV
inteligentes. Na medida que ficam mais barato, podem se tornar ferramentas de
marketing. Como as pessoas usam as tecnologias? E-mail, buscas, notícias, redes
sociais, compras.
Jovens olham
as superfícies e seguem adiante. Se não se quer isso, devemos treiná-los ao
entrar na empresa. Se as regras forem claras eles irão fazer. Se não, batemos
de frente com a alegação de que "não me pediram isso". E isso é muito
difícil pela velocidade das mudanças. A maioria dos jovens hoje não sabe a
diferença entre profissional e pessoal. Devem ser treinados para isso. Não concordo com essa generalização.
Os BRIC
dominam o uso da internet no mundo. A maior parte da China e EUA são wireless.
A Índia está 10 anos atrás da China e 5 anos atrás do Brasil. É um país muito
bem educado, mas pobre demais. A América Latina é a que mais cresce. A China tem o maior
motor de busca do mundo. 420 milhões de pessoas lá usam a internet. Os EUA
mandaram 2 trilhões de mensagens de texto em 2011.
Em setembro o Facebook atingirá 1 bilhão de pessoas.
Questões
chave para 2012 no Brasil:
- 7º mercado virtual mundial, com 46 milhões de usuários e crescendo.
- Crescente migração de anunciantes para as mídias digitais. 190 bilhões de visualizações de janeiro a março de 2012.
- O brasileiro passa em média 26,7 horas por mês na internet, 10% a mais que em 2011.
- 36 milhões de usuários do Facebook, o triplo do ano anterior.
- 4,7 bilhões de vídeos assistidos no Youtube, o que significa um crescimento de 74% em relação ao ano anterior.
- Só em dexembro de 2011 foram feitas 6,9 bilhões de buscas na internet.
- 42% da atividade digitial se dá por tablets e smartphones.
Enfim, precisamos nos adaptar a isso, uma comunicação instantânea, global,
customizada e interativa. É preciso ter alguém na empresa de olho nisso tudo,
vendo tendências, fazendo cenários, escutando clientes. (ver comscore.com).
Há uma
enorme diferença entre "o que fizemos de errado?" e "como
podemos melhorar?". Esse exemplo vem de uma abordagem do McDonalds e pode
parecer não fazer tanta diferença, mas acabou gerando muitos constrangimentos
para a empresa fazer a primeira pergunta, ao passo que, mudar para a segunda
trouxe uma possibilidade de interação construtiva com os clientes.
O vídeo a
seguir ilustra bem a revolução das mídias sociais.
Ao entrar
nas definições das gerações discordo um pouco do professor Honack até mesmo por
experiência própria. Talvez rotular as pessoas pela época em que nasceram seja
precipitado, da forma como ele parece fazer. Me parece uma coisa meio de
"gado". Tem muitos outros fatores que influenciam esses perfis, como
a cultura do país, o status sócio econômico, a criação familiar, a profissão
escolhida, dentre outras. Mas vamos à descrição das gerações, como destacado
pelo professor, que desenvolve uma pesquisa acadêmica profunda sobre o tema.
Geração Z (nascidos
entre 1998 e hoje) - aprendem desde 2 anos. Estão em média 7 horas por dia com
mídia. É um mundo assustador. Muitos não são consumidores ainda, mas são
influenciadores. E o preço não é o problema, pois eles não tem noção ainda. O
problema é a logística de entrega, prazos. Os pais permitem cada vez
mais.
Geração Y (nascidos
entre 1980 e 1998) - É a maior população. Maiores consumidores e mais
empreendedores. Buscam conveniência e velocidade. Temos sempre que chamar a
atenção na "página 1" sob pena de perdê-los. Preferem coisas
diferentes e não marcas tradicionais. É uma geração que derruba governos (exemplos
dados da Líbia, Egito e Síria). Muitas vezes não compreendem as conseqüências,
o que é assustador. Querem as responsabilidades, mas não as conseqüências. Não
entendem orçamentos e acham sempre que alguém vai pagar. São vencedores e
preferem trabalhar em equipe do que liderar (Google, Facebook, Amazon).
Casam-se mais tarde, com mais de 31 anos. Não querem chefes e não gostam de
receber ordens.
Abusam das mensagens com fotos e vídeos, ouvem ipods, estão nas redes sociais, jogam vídeo
games, "Just do it", aproveitam a independência, mas vivem mais tempo
com os pais (pais helicóptero). Não tem idéia do que são férias. Querem é ser
pagos.
Geração X (nascidos
entre 1964 e 1980) - É a geração confusa, que não sabe o que está fazendo no
planeta. Trabalham muito, mas não conseguem tirar os boomers do topo. Ao mesmo
tempo vêem os Y vindo. É uma geração estressada. É o grupo em que as mães
começaram a trabalhar fora, com a unidade familiar se desfazendo, convivendo
com babás. É movido por gadgets. Primeira geração que comprou os ipods, idem
com os ipads. Sempre tem que ter os mais recentes. Seguem a tendência, não
definindo hábitos. Isso é ótimo para o marketing.
Usam a
internet para tudo, querem customizações, usam ipods/ipads, gostam de jogos de
fantasia. São conectados com a família. Querem mais tempo para férias e ficar
mais tempo com os filhos. Demandam home offices e sabem utilizar tecnologias.
Baby Boomers
(nascidos entre 1946 e 1964) - Segunda maior geração e mais rica. Economizaram,
investiram sabiamente. Não acreditam que estão ficando velhos. Acham que
qualquer coisa que um jovem pode fazer ele também pode, talvez, mais devagar.
Corpo não acompanha o cérebro. Geração da televisão que aprende tecnologia com
a geração Y. Compraram computadores na década de 80 e diziam "não
toquem" para os filhos. Hoje os filhos ajudam na montagem, configuração,
softwares, dizendo "vão lá pai e mãe, divirtam-se".
Querem mais
lazer, viagens, trabalho voluntário. É assim que acontece nos EUA, Europa. A
Disney adora esse grupo . Diz para as crianças "tragam todo mundo". Eles vão e acabam fazendo que? Pagando a conta. Miram a aposentadoria.
Conexões recentes com velhos amigos pelas redes sociais e Skype. Começam a usar
smartphones e tablets.
Conclusão
Independente
da geração, o fato é que estamos no meio de uma grande mudança na forma como a
população se comunica. Não dá para relegar nada. Todos estão fazendo
descobertas. Talvez daqui há algum tempo tenhamos uma sedimentação e saibamos
como todos se comunicam. Hoje há caminhos muitas vezes opostos.
E o que é
preciso fazer? Pensar fora da caixa ou queimar a caixa? Re invente. Jogar fora
coisas antigas é o que acontece na cultura do nanosegundo. As vezes 20% dos
clientes demandam 80% do investimento .É para se perguntar "eu quero esses
clientes?". Ou mesmo, o que fazer de diferente? Talvez não seja o caso de
jogar fora e sim melhorar muito, fazer diferente, customizar, criar nichos.
Motorola só pensava em telefones e não em serviços. Microsoft está entrando no
negócio de hardware.
Os
consumidores estão eliminando intermediários, fazendo por conta própria várias
coisas. São muito poderosos. Não toleram mentiras, inflexibilidades e prazos
longos. Apple - Seja atendido do seu jeito, consiga toda a ajuda que precisar
de forma fácil e com especialistas, tanto presencialmente, como on line.
O que
realmente interessa? Entender os valores e demandas do seu cliente atual, bem
como do mercado (potenciais clientes). Segmentar é preciso. Cada cliente, cada
empresa é diferente. O triangulo de valor - Funcionalidade, preço e psicologia
(marca, preço, segurança). Pessoas gastam mais pra estar no topo da pirâmide.
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