quarta-feira, 25 de julho de 2012

Liderança


Harry Kraemer, ex-CEO da Baxter International Inc.

Se sou líder tenho alguma responsabilidade por causar algum impacto. Será que estamos sendo produtivos de fato ou estamos indo tão rápido que não conseguimos refletir?

Há uma forma infinita de se fazer as coisas. Não é preciso dar respostas pra tudo e sim como eu faria. Assim que percebemos que não dá pra fazer tudo, temos que priorizar iniciativas, alocando recursos.

Disciplina, foco, consistência e credibilidade. Um líder precisa investir tempo pra entender todos os lados da história. Liderança e democracia não devem ser confundidas.

Como nos tornar melhores líderes? Quatro princípios:

- Auto-reflexão - Desplugar e refletir. Fazer rápidas perguntas a si mesmo. Perguntas úteis como "quais são meus valores", "o que represento", "o que faz diferença", "quais são minhas metas", "o que é sucesso e o que é fracasso". Quem define se eu sou ou não bem sucedido? Se eu não consigo resolver as coisas para mim, como liderar os outros? Refletir minimiza surpresas.

- Equilíbrio - Na medida que se assume responsabilidades novas, temos que pensar bem no que fazer e deixar de fazer. O número de horas é o mesmo. O que parar de fazer para fazer novas coisas? O que fazemos hoje que extraímos pouco? (Tipo ver tv). Avaliar bem os trade offs. Proporcionar flexibilidade aos colaboradores, os torna mais fiéis, diminui a rotatividade e melhora a eficiência. 70%/80% dos principais CEO estão em completo desequilíbrio. Se conseguirmos levar as pessoas a pensar sobre essas coisas já será um grande avanço.

Ver o artigo "o atleta corporativo".

- Autoconfiança - podemos agir de forma autoconfiante, mas não o ser. Existe uma correlação inversa entre os graus de demonstração de autoconfiança e ter a verdadeira autoconfiança. Sempre vai haver gente mais inteligente que nós, mais atlética e mais articulada. Mas temos que crer que vamos aprender e melhorar. Autoconfiança não é arrogância. As coisas em que já somos bons nos trouxeram até aqui. Cerquemo-nos de pessoas boas naquilo que podemos melhorar. Foquemos em lacunas. Já chegamos a ponto de nossa carreira de admitir que não sabemos? De admitir erros? Isso tudo leva à verdadeira autoconfiança.

Critérios para trabalho praticados pelo professor - ter oportunidade de aprender alguma coisa, crescer. Acrescentar valor ao time. Diversão.

- Humildade genuína - Como chegamos ao cargo que ocupamos? A maior parte vai dizer que trabalhou muito para isso e que tem competência. Há mais quatro respostas, segundo o professor: Sorte, timing, pessoas da própria equipe e força divina. Lembrar de onde viemos é muito útil e importante.

Muita gente vai elogiar e dizer que somos fantásticos. Temos que ter gente para nos ajudar a manter os pés nos chão. Lembrar sempre do cubículo onde começamos. Quando somos promovidos os colegas querem saber antes de tudo, se ainda seremos aquele colega de antes. Caso da festinha. Será que vai? É importante um pequeno grupo de pessoas que sempre te lembre quem você é, de onde veio. BTR - Back to reality.

Se pudermos fazer progressos nesses quatro quesitos, estaremos aptos a liderar. O que fazer a seguir, dado o fato de estar organizado o suficiente?

Como garantir a aplicação desses princípios?  É como preparar uma estrada.

- Certificar-se quais são os valores, expectativas e conseqüências.

- Pessoas - desenvolvimento de lideranças e gestão de talentos. O que faz bem ou não. Potencial integral. O que fazer para subir. Feedbacks.

- Estabelecer direção clara - nunca utilizar a palavra visão, pois pode parecer muito filosófica.

- Comunicação efetiva - Cada pessoa da equipe deve entender o que estamos fazendo, como entram nisso.

- Engajamento e motivação - refletir se a equipe funciona bem mesmo. Qual a diferença entre uma equipe ótima e uma ok. A ótima tem metas edificantes e claras, que todos compreendem.

- Execução - delegar, estando perto para saber o que precisa ser alterado. E a capacidade de saber isso, sabendo o equilíbrio correto entre o curto e longo prazo é o que é buscado.

- 3C - Change, controverse and crisis - Não é questão de "se" e sim de "quando". Algumas pessoas detestam mudanças. Mas os líderes lidam com mudanças proativamente. Se o líder não lida bem com mudanças, confortavelmente, a equipe também não consegue. Mudança+incerteza=caos.

- Responsabilidade social - Alguma coisa além da empresa.

Gastar o maior tempo entre pessoas e comunicação, com 95% do tempo.

Se todas as pessoas certas sabem exatamente o que é pra ser feito, o que mais é necessário? Focar nas pessoas chave, que são  multiplicadoras do discurso (focar 8 pra chegar em mil) e repetir exaustivamente.

Melhor equipe, melhor parceiro para os cliente, melhor investimento para os acionistas e melhor cidadão.

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