O professor
Leininger é ex vice presidente senior do McDonalds e trouxe sua experiência
para a sala de aula, com vários exemplos sobre marketing global de uma das maiores empresas de
alimentação do mundo.
O marketing
é universal. Ok, hoje em dia isso é meio óbvio. Mas é natural que algumas de
suas práticas variem de país para país, por conta de diferenças culturais,
valores e da própria ética de cada sociedade. Algo bem sucedido em um país não
garante o sucesso automático em outro. As preferências dos consumidores, os concorrentes,
os canais de distribuição e os meios de comunicação podem diferir e é tarefa central
no marketing global reconhecer até que ponto as ações de marketing podem ser
estendidas e as possíveis adaptações.
Como ajustar
um conceito a um produto ou negócio específico? A resposta envolve "pensar
globalmente e atuar localmente“. Uma abordagem pode ser padronizada (por exemplo,
o próprio produto), mas com nuances específicas (por exemplo, distribuição ou
embalagem). Um produto global pode ser o mesmo mundo afora, mas ter diferenças.
O marketing global exige respeito às diferenças e semelhanças nos mercados
mundiais.
Marketing
global não significa entrar em todos os países e sim ampliar os horizontes dos
negócios de modo a abranger o mundo, buscando identificar oportunidades e
riscos, também levando em conta os recursos da empresa, sua mentalidade
gerencial, reconhecendo a importância de buscar mercados além do seu país de
origem.
Kotler
(1998) diz que "o marketing é a chave para que as metas organizacionais sejam
atendidas, trabalhando eficazmente para adquirir um potencial competitivo, integrando
os demais setores empresariais, com o objetivo de atingir as necessidades e desejos
dos mercados alvos, devendo ofertar produtos que possam ser adaptados de acordo
com as leis, culturas e tendência peculiares de cada região."
Algumas
empresas globais: B2B - IBM, Price, SAP, Microsoft e B2C - Consumo, como Coca
Cola, McDonalds, Starbucks.
Caso da Infosys
O caso
estudado ilumina a luta de uma empresa entrante no mercado de serviços B2B contra
grandes concorrentes, bem entrincheirados, como IBM e Accenture. A Infosys é
uma nova empresa, começando bem do início e isso já é difícil por si próprio.
Tem metas ambiciosas e acredita na ordem natural de entrada em mercados, pela
qual o primeiro a entrar tem maior market share, salvo alguma hipótese de
inovação. Para marketing, começam com pouco, enquanto os concorrentes tem
recursos fartos.
Um dos
pontos forte e ao mesmo tempo fraco diz respeito a estar sediada na Índia, mas com
a necessidade de concorrer globalmente.
Aditi Mishra,
a nova CMO, precisa provar sua competência para os diretores de linha, em um
setor extremamente dinâmico. Para tanto, propusemos que ela busque parcerias
internas para criar relações fortes e colocar em prática uma estratégia de
marketing. Em que termos? Já que a marca é um ativo que a empresa não tem,
devem construí-la juntos, a partir do topo da empresa. Ela pede ajuda aos
demais diretores, principalmente os de linha, para ajudá-los. Deve também buscar conhecer o ambiente e as perspectivas externas. Quem são os
stakeholders da marca? (clientes, concorrentes, fornecedores, empregados).
Avaliar recursos e competências disponíveis.
Quanto aos
principais concorrentes, a IBM era uma marca global, one stop shop, com grande
raio de alcance, muitos recursos, relacionamentos com CIO dos clientes.
Já a Accenture
detém vasto relacionamento com os CFO (origem de sua consultoria era
auditoria), credenciais de gestão geral, marca global e muitos recursos,
conhecimentos especializados (por exemplo cadeias de suprimentos).
A Infosys apresentava
baixo custo (dada a base de empregados, mas isso é um ativo momentâneo, que vai
ser acessado logo pelos concorrentes), é mais previsível (entrega no prazo e é
objetiva) e, conseqüentemente, tem clientes altamente satisfeitos (com quem detém
mais credibilidade, principalmente com funcionários do nível médio da empresa),
Como
fortalecer esses vínculos com a média gerência dos clientes, setor estratégico
para os negócios da Infosys? Criar mídias através de congressos médios, com
média gerência, dando treinamentos, circulando informações, bases de
conhecimentos, benchmarking. Custa tempo, mas não custa tanto dinheiro assim.
A Infosys
obteve previsibilidade na terceirização, mas agora quer mais, trabalhando em
âmbito global, proporcionando mudanças em trajetórias no negócio do cliente,
ajudando-o a vencer, tornando-se imprevisível (foco no cliente e não mais na
previsibilidade da sua entrega). Há indicadores de sucesso diretos e indiretos (satisfação
do cliente, satisfação de outros clientes, contratos de sucesso).
Moral da
história - olhar os concorrentes e entendê-los, batendo de frente ou
contornando-os.
Marcas
globais
Gastam muito
em comunicação (usinas de marketing), são top of mind, produtos globais, tem
uma promessa que vem com essas marcas, uma motivação, que muitas vezes
atravessa culturas. Há que se analisar para quem é essa promessa. Em marcas
como Unilever e Procter & Gamble os alvos dessa promessa são investidores e
para o público em geral funcionam como uma marca de endosso. Em marcas como
Mercedes, Nike e Apple o destinatário da promessa é o consumidor.
Como passar
de uma idéia à prática. Considerar a economia de escala, alavancar melhores
talentos, impacto sobre investidores.
Rolex é um
símbolo de alguma realização. Apple promete uma inovação de fácil utilização
(baniram os manuais de usuário). Estratégia de marketing volcano. Já o HSBC oferece
acesso a seu dinheiro em alcance mundial. Derrubaram barreiras entre países
melhor do que qualquer outro banco. Estratégia de marketing da chuva
(precipitation).
Veja abaixo
um vídeo que compara o McDonalds em seis países, deixando claras várias
adaptações de acordo com gostos e culturas locais.
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